A cada ano que passa, o telespectador Brasileiro tem sido testemunha de verdadeiras competições direta entre as emissoras de televisão Rede Globo e Rede Record. Não é de hoje que a rivalidade na busca pelo melhor é travada diante dos olhos do país. Em meados dos anos 80 aos 90, isso poderia ser visto com muita facilidade entre Globo e o SBT, a única diferença com a rixa atual se deve a mudança de alvo e foco (de SBT para Record) e a preocupação na época em mostrar uma programação que alavancasse a audiência, a competição então era acirrada, pois o único objetivo das mesmas, era apostar com as cartas que tinham nas mangas. Enquanto uma dominava o campo das tele-novelas mexicanas, a outra obtinha grandes filmes e novelas de sucesso.
Diante de tantas mudanças com o passar dos anos, a Globo comprou uma briga que parece não ter fim com a Record, mas, diferente do que aconteceu nos anos 80. Dessa vez, o telespectador é sujeito a assistir denúncias de fatos ocorridos que até então, eram restritos apenas aos bastidores a partir de certo momento, notícias que deveriam ser sigilosas passaram ao conhecimento de todos. O contra-ataque da Record foi imediato e ainda pior, ao enumerar em forma de denúncia, fatos duvidosos que agridem a imagem da emissora carioca durante todo o seu percurso, desde o seu surgimento.
O mais interessante de toda a disputa, é que o Brasil se vê diante de um acontecimento histórico do qual o sistema Globo tão cedo não esperava se deparar. Pela primeira vez uma emissora concorrente compete á altura, não somente através da programação, que tem alavancado bons índices de audiência, mas por não se calar diante das notícias que sujavam a imagem do Bispo Edir Macêdo, a rivalidade e o embate comprovam que a Globo já não é mais tão poderosa e já não tem mais tanta voz para agir como no passado, em que poderia manipular até mesmo suas próprias concorrentes.
Contudo, apesar das tentativas de mancharem sua imagem, a Globo ainda possui um lugar cativo nas salas-de-estar dos brasileiros, e é preferência nacional, só não se sabe até quando, pois em tempos onde a democracia e a liberdade de expressão se tornam como um grito cada vez mais forte, a população trava uma busca incessante por aquilo que lhe dará certeza de que não vai agredir sua moral, princípios e valores, características que até então, nem Globo ou Record mostraram ao seus respectivos públicos. O que se tornou agressão moral simultaneamente ao vivo diante de milhões, pode sim ser o princípio da queda do gigante ou da derrota de quem um dia ousou confrontá-lo, contudo, apenas uma coisa é certa, o público só sairá perdendo.
*Dissertação escrita em Dezembro de 2009 para a disciplina Teorias da comunicação, do qual obtive nota máxima.