quinta-feira, 25 de março de 2010

Os dois lados da manipulação



     A cada ano que passa, o telespectador Brasileiro tem sido testemunha de verdadeiras competições direta entre as emissoras de televisão Rede Globo e Rede Record. Não é de hoje que a rivalidade na busca pelo melhor é travada diante dos olhos do país. Em meados dos anos 80 aos 90, isso poderia ser visto com muita facilidade entre Globo e o SBT, a única diferença com a rixa atual se deve a mudança de alvo e foco (de SBT para Record) e a preocupação na época em mostrar uma programação que alavancasse a audiência, a competição então era acirrada, pois o único objetivo das mesmas, era apostar com as cartas que tinham nas mangas. Enquanto uma dominava o campo das tele-novelas mexicanas, a outra obtinha grandes filmes e novelas de sucesso.
     Diante de tantas mudanças com o passar dos anos, a Globo comprou uma briga que parece não ter fim com a Record, mas, diferente do que aconteceu nos anos 80. Dessa vez, o telespectador é sujeito a assistir denúncias de fatos ocorridos que até então, eram restritos apenas aos bastidores a partir de certo momento, notícias que deveriam ser sigilosas passaram ao conhecimento de todos. O contra-ataque da Record foi imediato e ainda pior, ao enumerar em forma de denúncia, fatos duvidosos que agridem a imagem da emissora carioca durante todo o seu percurso, desde o seu surgimento.
     O mais interessante de toda a disputa, é que o Brasil se vê diante de um acontecimento histórico do qual o sistema Globo tão cedo não esperava se deparar. Pela primeira vez uma emissora concorrente compete á altura, não somente através da programação, que tem alavancado bons índices de audiência, mas por não se calar diante das notícias que sujavam a imagem do Bispo Edir Macêdo, a rivalidade e o embate comprovam que a Globo já não é mais tão poderosa e já não tem mais tanta voz para agir como no passado, em que poderia manipular até mesmo suas próprias concorrentes.
     Contudo, apesar das tentativas de mancharem sua imagem, a Globo ainda possui um lugar cativo nas salas-de-estar dos brasileiros, e é preferência nacional, só não se sabe até quando, pois em tempos onde a democracia e a liberdade de expressão se tornam como um grito cada vez mais forte, a população trava uma busca incessante por aquilo que lhe dará certeza de que não vai agredir sua moral, princípios e valores, características que até então, nem Globo ou Record mostraram ao seus respectivos públicos. O que se tornou agressão moral simultaneamente ao vivo diante de milhões, pode sim ser o princípio da queda do gigante ou da derrota de quem um dia ousou confrontá-lo, contudo, apenas uma coisa é certa, o público só sairá perdendo.



*Dissertação escrita em Dezembro de 2009 para a disciplina Teorias da comunicação, do qual obtive nota máxima.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Desabafo da mulher moderna



     São 6 horas. O despertador canta de galo e eu não tenho forças nem para atirá-lo contra a parede. Estou tão cansada. Não queria ter que trabalhar hoje. Queria ficar em casa, cozinhando, ouvindo música, cantarolando. Se tivesse filhos, gastaria a manhã brincando com eles, se tivesse cachorro, passeando pelas redondezas. Aquário? Ficaria olhando os peixinhos nadarem. Se eu tivesse tempo. Gostaria de fazer alongamento. Brigadeiro. Tudo, menos sair da cama e ter que engatar uma primeira e colocar o cérebro para funcionar.

     Gostaria de saber quem foi a mentecapta, a infeliz matriz das feministas que teve a estúpida idéia de reivindicar direitos de mulher. Queria saber por que ela fez isso conosco, que nascemos depois dela. Estava tudo tão bom no tempo das nossas avós. Elas passavam o dia a bordar, trocar receitas com as amigas, ensinando-se mutuamente segredos de molhos e temperos, de remédios caseiros, lendo bons livros das bibliotecas dos maridos, decorando a casa, podando árvores, plantando flores, colhendo legumes das hortas, educando as crianças, freqüentando saraus.

     ENFIM, a vida era um grande curso de artesanato, medicina alternativa e culinária. Aí vem uma fulaninha qualquer que não gostava de sutiã nem tão pouco de espartilho, e contamina várias outras rebeldes inconseqüentes com idéias mirabolantes sobre “vamos conquistar o nosso espaço”! Que espaço minha filha?

     Você já tinha a casa inteira, o bairro todo, o mundo aos seus pés. Detinha o domínio completo sobre os homens, eles dependiam de você para comer, vestir, para tudo! Que raio de direitos requerer?

     Agora eles estão aí, são homens todos confusos, que não sabem mais que papéis desempenhar na sociedade, fugindo de nós como o diabo foge da cruz. Essa brincadeira de vocês acabou nos enchendo de deveres, isso sim. E nos lançando no calabouço da solteirice aguda.

     Antigamente, os casamentos duravam para sempre, tripla jornada era coisa do Bernard do vôlei – e olhe lá, porque naquela época não existia Bernard do vôlei. POR QUE? Me digam POR QUE um sexo que tinha tudo do bom e do melhor, que só precisava ser frágil, foi se meter a competir com o macharedo? Olha o tamanho do bíceps deles, e olha o tamanho do nosso. Tava na cara que isso não ia dar certo!

     Não agüento mais ser obrigada ao ritual diário de fazer escova, maquiar, passar hidratantes, escolher que roupa vestir, e que sapatos combinar, que acessórios usar. Tão cansada de ter que disfarçar meu humor, que sair sempre correndo, ficar engarrafada, correr risco de ser assaltada, de morrer atropelada, passar o dia ereta na frente do computador, com o telefone no ouvido, resolvendo problemas que nem são meus.

     E como se não bastasse, ser fiscalizada e cobrada (até por mim mesma) de estar sempre em forma, sem estrias, depilada, sorridente, cheirosa, com as unhas feitas, sem falar no currículo impecável, recheado de mestrados, Doutorados, e especializações (ufffffffffffffffffff!!!!!!!).

     Viramos super mulheres e continuamos a ganhar menos do que eles. Não era muito melhor ter ficado fazendo tricô na cadeira de balanço? CHEGAAAAAAA!!! Eu quero alguém que pague as minhas contas, abra a porta para eu passar, puxe a cadeira para eu sentar, me mande flores com cartões cheios de poesia, faça serenatas na minha janela.

     Ai, meu Deus, já são 7h30, tenho que levantar! E tem mais, quero alguém que chegue do trabalho, sente no meu sofá, coloque os pés pra cima e diga “meu bem, me traz um cafezinho, por favor?”. Descobri que nasci para servir.

     Vocês pensam que eu tô ironizando? Tô falando sério! Estou abdicando do meu posto de mulher moderna…. Troco pelo de Amélia. Alguém se habilita?








Esse texto pode ser encontrado na internet, sem referência à autoria. Ou seja, não foi escrito pela Leila.

sábado, 6 de março de 2010

Boas-vindas






     Bom, aqui estou eu! Como era de se esperar, e depois de tanto resistir, criei um blog. Ser a mais nova adepta ao mundo dos blogueiros não quer dizer que eu queira me “atualizar” ou querer estar antenada ás novas tecnologias, tampouco me adequar aos novos padrões impostos pela sociedade, não é nada disso. Simplesmente estou aqui pela necessidade que tenho de transmitir, compartilhar alguns pensamentos e idéias que muitas vezes não fluem naturalmente, apesar de necessitar demasiadamente treinar meu texto e em que nível ele alcança, contudo, a verdade é que como já repeti várias vezes, e aqui enfatizo novamente, minhas idéias fluem quando estou tranqüila, concentrada e livre para permitir que meus pensamentos encontrem um rumo que me levem onde talvez nem eu mesma consiga imaginar onde parar.

     Expressar-me melhor escrevendo pode parecer clichê em uma área que escolhi seguir para o resto da vida, o Jornalismo. Desde criança tive uma veia incrível aguçada para a escrita, era sempre assim, me trancava em meu quarto e fazia dali, um lugar do qual poderia imaginar um mundo criado por mim, traçado em rabiscos sem noção, porém, cheios de criatividade. Passava dias escrevendo, uma vez, inventei de escrever um livro, não lembro exatamente de quê, mas posso garantir que me divertia bastante, durante dias, esquecia de comer, e passava horas mergulhada em minha criatividade que ás vezes me assustava, pois não sabia quais proporções tomariam. E foi assim por vários anos, até hoje, guardo um livro de histórias e poesias criadas por mim, não sei exatamente como isso se chama, mas posso assegurar que sempre tive uma necessidade muito grande de me expressar através da escrita, talvez, este seja o momento, não quero fazer as pessoas perderem seu precioso tempo lendo minhas “besteiras”, é somente por mim, e por minha vontade de colocar um ponto de vista que talvez influencie a mim mesma nas vezes em que eu reler o que escrevi.

     Antes de tudo (antes de mais nada é clichê rs!) quero me apresentar, aí vai um pouco de mim: Chamo-me Leila Martins e sou estudante de Jornalismo, desempenho com muita luta meu papel de trabalhar e estudar ao mesmo tempo, buscando na misericórdia de Deus um espaço para conciliar os dois. Tenho Pai e Mãe saudáveis e sadios (graças a Deus) sou a 5ª de uma família de seis irmãos, tenho cinco sobrinhos (seis em breve) que amo muito. Adoro sorvete de chocolate, brigadeiro de chocolate, bombom de chocolate, bolo de chocolate e tudo o que tenha chocolate (rs), também adoro ir a igreja, assistir a um bom filme, fazer compras, brincar com meus sobrinhos e de estar com o amor da minha vida. Não suporto acordar cedo, quem fala errado ou espirre sem cobrir o nariz perto de mim. Entre minhas paixões está a noticia, não da forma mastigada como ela vem, mas sim da forma como posso a desenrolar e colocar nela uma característica minha, livre de qualquer modificação imposta por veículos sensacionalistas. Conforme tenho aprendido com alguns professores ao longo de minha caminhada acadêmica, a comunicação pode ter uma nova cara se experimentarmos colocar a nossa identidade cravada nela, esse é o meu princípio.

     Sem mais, bem vindo ao meu blog, todos aqui serão bem recebidos, e convidados a dividir junto comigo uma linha de raciocínio diferenciada e livre de qualquer ato que possa neutralizá-la, considerarei a todos como amigos. Borboletas significam liberdade e renovação, quero transmitir por aqui, um senso cético e crítico de forma ampliada e, por conta disso, estarei disposta a receber opiniões divergentes as minhas, gosto de pessoas com atitude, pois atitudes não revelam mais que mil palavras e sim, mais do que mil caracteres. Novos amigos de opinião são o objetivo inicial deste projeto, e citando Vinícius de Moraes em um de seus momentos fraternos de amizade, faço de suas palavras, as minhas: “A gente não faz amigos, reconhece-os”.

God bless you!