segunda-feira, 3 de maio de 2010

Passado presente




     Outro dia estava casa revirando minhas velharias, sim, sou dessas pessoas que “sofrem” com a famosa síndrome de esquilo, que tem o costume de guardar tudo e ter pena de jogar fora, na maioria das vezes, papéis ou objetos de algum valor para nós. Mas ao remexer minhas pastas de recordações, muitas coisas que tiveram significado para mim durante a trajetória da minha vida me arrancaram algumas lágrimas e um vazio inexplicável, ao relembrar momentos únicos dos quais vivi, com pessoas inesquecíveis da qual grande maioria perdi contato.
     Pode parecer piegas, mas comecei a refletir a respeito do quão cruel é o tempo, que nos distancia das pessoas que queríamos ter para sempre do nosso lado, como são injustos o passar dos anos, que nos levam cada vez mais para longe de momentos inenarráveis, que somente voltando ao tempo, poderíamos vivenciar novamente o instante em que essas pessoas passaram pelas nossas vidas.
     A lei da vida é intensa e nos permite jogar com as armas que temos nas mãos para trilhar caminhos desconhecidos, e o mais belo, é ter o prazer de compartilhar sonhos, brincadeiras, aprendizados, diversão e seriedade com pessoas que aparecem durante a jornada. Como é bom relembrar, fechar os olhos, olhar para trás e dizer que valeu a pena ter conhecido tanta gente bacana, compartilhado segredos, traumas, dúvidas e preocupações com as pessoas certas, sem o estresse, as contas, as cobranças, as dívidas, o trabalho, e a pressão que hoje nos acompanha.
     Como queria parar o tempo por um minuto e ter novamente nem que fosse a sensação de descompromisso com a cidadania e com o capitalismo, jogar as contas pela janela, meu título de eleitor pelo ralo, e voltar a sonhar os sonhos que perdi e que talvez, nunca voltem, pois uma parte dessas pessoas que sonharam comigo, hoje tem outros planos, outros objetivos, assim como eu também... Talvez agente nunca se reencontre, mas enquanto houver vida em mim, haverá pastas, caixas e livros de recordações que sempre me acompanharão como ouro e relíquia, na tentativa que sempre terei de conservar comigo as mais preciosas amizades, junto dos mais belos momentos, guardados na “memória do coração”.

3 comentários:

  1. nao somos parentes, mas isso tbm acontece comigo.. rsrs guardo muitas coisas, tenho os mesmos pensamentos a respeito das minhas velharias... me acho uma pessoa melancólica, e relembrar de algo muito bom que nao pode mais voltar e ser o msmo jah vivido eh triste.. acho q sou depressivo... :(
    bem legal o texto..
    parabns...

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  2. Enon...

    Não confunda nostalgia com depressão, sim, vc pode relembrar de momentos passados com o coração apertado ao pensar que nao se pode mais voltar aos mesmos lugares e de ter as mesmas companhias, mas ao mesmo tempo feliz em ter vivido tudo aquilo que fez de vc quem sabe, uma pessoa melhor, e mais felz em ter estado na companhia de pessoas tão especiais *-*
    Abs!!

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  3. Ao lê este texto fiquei com as seguintes dúvidas?Será mesmo que é o tempo que é tão cruel assim? Ou nós que somos tão insensivéis e egoístas que com o passar de alguns anos já não damos importância a alguns de nossos amigos? AS vezes me pego pensando bastante nestas questões e aí digo vou tentar fazer uma busca e reencontrar estes saudosos amigos de outrora,em seguida acaba tudo no seu devido lugar..." TER SAUDADE É CORRER ATRÁS DO PASSADO"...

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